Não existo.
Começo a conhecer-me.
Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo
ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque
também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe
de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande
sossego de mim mesmo.
É um universo barato.
(Álvaro de Campos)
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