sexta-feira, 31 de março de 2017

Entre aspas



O verdadeiro amor é um fenômeno, um poder que a mente não pode compreender – ele é um mistério a ser desvendado com o coração. 
O Amor se manifesta em diferentes dimensões como empatia, perdão, compaixão e gratidão. Mas, em todas as suas manifestações, o Amor real ou o Amor maduro, é a fragrância da comunhão com o Ser. Esse amor é desinteressado, ou seja, você quer ver o outro feliz; quer ver o outro brilhar, sem querer nem mesmo um olhar em troca. 
E essa capacidade de doação sincera e desinteressada é, sem dúvida, sinônimo de iluminação espiritual.

(Sri Prem Baba)

quinta-feira, 30 de março de 2017

Contando um conto



E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho que se voltou mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita.
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- O que quer dizer cativar?
- Tu não és daqui, disse a raposa.
Que procuras?
- Procuro amigos, disse.
Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida,
disse a raposa. Significa criar laços...
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim.
Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo...
Mas a raposa voltou a sua ideia:
-Minha vida é monótona. E por isso eu me aborreço um pouco.
Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol.
Conhecerei o barulho de passos que será diferente dos outros.
Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora como música.
E depois, olha! Vês, lá longe, o campo de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.
Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste!
Mas tu tens cabelo cor de ouro. E então serás maravilhoso quando me tiverdes cativado.
O trigo que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento do trigo...
A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:
- Por favor, cativa-me! disse ela.
- Bem quisera disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa.
Os homens não tem tempo de conhecer coisa alguma.
Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos.
Se tu queres uma amiga, cativa-me!
- Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Coisas d'alma



Obrigado por me fazer voar
Alto, alto, além do céu

Obrigado por me fazer sorrir
Sorrir, sorrir dia e noite

Obrigado por me deixar chorar
Lágrimas vindas das profundezas

Obrigado por ser minha luz
Um anjo da guarda ao meu lado

Obrigado por abrir meus olhos
Tornando o mundo tão brilhante
(Thich Nhat Hanh- Canção de agradecimento)

terça-feira, 28 de março de 2017

Palavras



E quando a tempestade tiver passado,
mal te lembrarás de ter conseguido atravessá-la,
de ter conseguido sobreviver.
Nem sequer terás a certeza de a tormenta ter realmente
chegado ao fim.
Mas uma coisa é certa.
Quando saíres da tempestade já não serás a mesma pessoa.
Só assim as tempestades fazem sentido.
(Haruki Murakami)

segunda-feira, 27 de março de 2017

Luz da semana



Quanto valor pode ser dado a alguém que é capaz de trazer luz e leveza a um lugar ou momento ao qual outros deixaram apenas sua escuridão? 
Como uma coroa de joias brilhantes, a presença e as palavras dessa pessoa são inestimáveis. Pode ser apenas um sorriso gentil de conforto ou uma atitude de interesse genuíno. 
Aquele que permanece radiante em espírito, enquanto outros tecem sua escuridão, é um iluminado e um iluminador. 
Fique atento aos momentos em que você pode iluminar. Torne esses momentos significativos!
(Brahma Kumaris)

sábado, 25 de março de 2017

Porque hoje é sábado



Existo como sou, isso basta,
Se mais ninguém no mundo se der conta sento-me contente,
E se cada um e todos se derem conta sento-me contente.

Há um mundo que se apercebe, e sem dúvida o maior para mim,
e esse é eu mesmo,
E quer eu chegue a mim mesmo hoje ou daqui a dez mil
ou dez milhões de anos,
Posso receber isso alegremente, ou com igual alegria
Posso esperar.

(Walt Whitman)

sexta-feira, 24 de março de 2017

Entre aspas



Os rios não bebem sua própria água; as árvores não comem seus próprios frutos. 
O sol não brilha para si mesmo; e as flores não espalham sua fragrância para si.
Viver para os outros é uma regra da natureza. (...)
A vida é boa quando você está feliz; mas a vida é muito melhor quando os outros estão felizes por sua causa.
(Papa Francisco)

quinta-feira, 23 de março de 2017

Contando um conto



Era uma vez um jovem que visitou um grande sábio para lhe perguntar como se deveria viver para adquirir a sabedoria.
O ancião, ao invés de responder, propôs um desafio:
- Encha uma colher de azeite e percorra todos os cantos deste lugar, mas não deixe derramar uma gota sequer.
Após ter concordado, o jovem saiu com a colher na mão, andando a passos pequenos, olhando fixamente para ela e segurando-a com muita firmeza. Ao voltar, orgulhoso por ter conseguido cumprir a tarefa, mostrou a colher ao ancião, que perguntou:
- Você viu as belíssimas árvores que havia no caminho? Sentiu o aroma das maravilhosas flores do jardim? Escutou o canto dos pássaros?
Sem entender muito o porquê disso tudo, o jovem respondeu que não e o ancião disse:
- Assim você nunca encontrará sabedoria na vida; vivendo apenas para cumprir suas obrigações sem usufruir das maravilhas do mundo. Assim nunca será sábio.
Em seguida, pediu para o jovem repetir a tarefa, mas desta vez observando tudo pelo caminho. E lá foi o rapaz com a colher na mão, olhando e se encantando com tudo. Esqueceu da colher e passou a observar as árvores, cheirar as flores e ouvir os pássaros. Ao voltar, o ancião perguntou se ele viu tudo e o jovem extasiado disse que sim. O velho sábio pediu para ver a colher e o jovem percebeu que tinha derramado todo o conteúdo pelo caminho.
Disse-lhe o ancião:
- Assim você nunca encontrará sabedoria na vida; vivendo para as alegrias do mundo sem cumprir suas obrigações. Assim nunca será sábio.
Para alcançar a sabedoria terá que cumprir suas obrigações sem perder a alegria de viver.
Somente assim conhecerá a verdadeira sabedoria.

quarta-feira, 22 de março de 2017

Coisas d'alma



Aprendi com especialistas que as mulheres podem ser remadoras insuperáveis, não por serem capazes de remar contra a corrente e conquistá-la, já que nisso os homens são imbatíveis, mas porque são capazes de ouvir melhor o rio.
(Meryl Streep)

terça-feira, 21 de março de 2017

Palavras



Cruéis convenções nos convocam: estar em forma, ser competente, ser produtivo, mostrar serviço, prover, pagar, e ainda ter tempo para ternura, cuidados, amor. O curso da existência começa a ser para muitos uma ameaça real. A sociedade é uma mãe terrível, a vida um corredor estreito, o tempo um perseguidor implacável: belos e competentes, ou belos ou competentes, atordoados entre deveres e frestas estreitas demais de liberdade ou sonho.
Nós construímos isso.
Só não prevíamos as corredeiras, as gargantas, os redemoinhos, a noite lá no fundo dessas águas. É quando toda a competência, a eficiência, o poder, se encolhem e ficam nus, e sós, na nossa frágil maturidade, sob o império das perdas que começam a se apresentar sem cerimônia.
(Lya Luft)

segunda-feira, 20 de março de 2017

Luz da semana



Benditos os que conseguem se deixar em paz.
Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos.
Apenas fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento.
De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre...
(Martha Medeiros)

sábado, 18 de março de 2017

Porque hoje é sábado



Louvada seja a dança
porque liberta o homem
do peso das coisas materiais,
e une os solitários
para formar sociedade.
Louvada seja a dança,
que tudo exige e
fortalece a saúde, uma mente serena
e uma alma encantada.
A dança significa transformar
o espaço, o tempo e o homem,
que sempre corre perigo
de se desfazer e de ser somente cérebro,
ou só vontade, ou só sentimento.
A dança, porém, exige
o ser humano inteiro,
ancorado no seu centro,
e que não conhece a vontade
de dominar gente e coisas,
e que não sente a obsessão
de estar perdido no seu ego.
A dança exige o homem livre e aberto
vibrando na harmonia de todas as forças.
Ó homem, ó mulher, aprende a dançar
senão os anjos do céu
não saberão o que fazer contigo.
(Santo Agostinho)

sexta-feira, 17 de março de 2017

Entre aspas







Ou nós nos fazemos miseráveis, ou nós nos fazemos fortes.
A quantidade de esforço é a mesma.
(Carlos Castañeda)

quinta-feira, 16 de março de 2017

Versos simples



As coisas nunca estão totalmente prontas,
Nem definitivas.
As ideias  de hoje são reformuladas amanhã,
Cada sonho depende da circunstância do dia.
A canção perfeita é aquela que te emociona agora.
(Uti)

Contando um conto



Após ganhar vários torneios de Arco e Flecha, o jovem e arrogante campeão resolveu desafiar um mestre Zen que era renomado pela sua capacidade como arqueiro.
O jovem demonstrou grande proficiência técnica quando ele acertou em um distante alvo na mosca na primeira flecha lançada, e ainda foi capaz de dividi-la em dois com seu segundo tiro.
Sim!, ele exclamou para o velho arqueiro, veja se pode fazer isso!
Imperturbável, o mestre não preparou seu arco, mas em vez disso fez sinal para o jovem arqueiro segui-lo para a montanha acima.
Curioso sobre o que o velho estava tramando, o campeão seguiu-o para o alto até que eles alcançaram um profundo abismo atravessado por uma frágil e pouco firme tábua de madeira. Calmamente caminhando sobre a insegura e certamente perigosa ponte, o velho mestre tomou uma larga árvore longínqua como alvo, esticou seu arco, e acertou um claro e direto tiro.
Agora é sua vez, ele disse enquanto ele suavemente voltava para solo seguro.
Olhando com terror para dentro do abismo negro e aparentemente sem fim, o jovem não pôde forçar a si mesmo caminhar pela prancha, muito menos acertar um alvo de lá.
Você tem muita perícia com seu arco, o mestre disse, percebendo a dificuldade de seu desafiante, mas você tem pouco equilíbrio com a mente que deve nos deixar relaxados para mirar o alvo.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Coisas d'alma



Os lugares que frequentamos e as pessoas que estão à nossa volta vão ficando invisíveis com o passar do tempo. Aos poucos, nossa atenção encontra novos alvos e a paisagem some, como somem os rostos e a realidade particular de cada um, até que não reste quase nada. E, no entanto, estão todos vivos a nosso lado, e o sol se põe de um modo que um dia nos pareceu tão bonito, e aquela mulher canta de um jeito que antes nos fascinava tanto. 
Esse mundo querido ficou invisível para nós porque nos acostumamos com ele – e acostumar-se quer dizer não mais notar, não ouvir e talvez amar um pouco menos. 
Mas toda a beleza perdida aparece outra vez quando abrimos os olhos e vemos tudo de novo – como da primeira vez.
(Luiz Carlos Lisboa)

terça-feira, 14 de março de 2017

Palavras



Para encontrar a paz, podes começar a caminhar com calma.
A semente da plena consciência se encontra em cada um de nós, mas nos esquecemos de regá-la. 
Acreditamos que só seremos felizes no futuro, quando conseguirmos uma casa, um carro ou um doutorado. Mantemos uma luta em nossa mente e em nosso corpo e não sentimos a paz e a alegria que temos ao nosso alcance neste preciso instante: o céu azul, as folhas verdes e os olhos de nosso ser querido.
O que é mais importante? 
São muitas as pessoas que passam em provas e compram casas e carros, mas seguem sendo infelizes. 
O mais importante é encontrar a paz e dividi-la com os demais. E para encontrá-la, podemos começar a caminhar com calma. 
Tudo depende de teus passos
(Thich Nhat Hanh)

segunda-feira, 13 de março de 2017

Luz da semana



Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca e, se ficarmos quietos, o que buscamos nos encontrará.
Há algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chega, nada faça. Descanse. Você verá o que acontece enquanto isto.
Desejo que hoje você experimente paz dentro de si, que confie que você se encontra exatamente onde deve estar, que não se esqueça das possibilidades infinitas que nascem da confiança em si mesma e nos outros, que utilize os dons que recebeu, e que transmita, aos outros, o amor que lhe foi dado.
Desejo que você esteja feliz consigo mesma pelo que você é.
Deixe esta sabedoria assentar-se em seus ossos e deixe que sua alma cante, baile
e ame livremente. 
Está aí para cada uma de nós.
(Clarissa Pinkola)

domingo, 12 de março de 2017

Versos simples



Não fique assim sem saber,
Descubra as verdades,
Desvenda este mistério,
Não dependa de tempo e espaço,
Pois tudo pode levá-lo
A encontrar o que quiser.
Voe mais alto,
Não duvide que  será capaz .
O importante é o caminho
que se faz ao andar.
(Uti)

Para aquecer o coração

sábado, 11 de março de 2017

Porque hoje é sábado



O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E porque não está competindo,
ninguém no mundo
pode competir com ele.

(Lao Tsé)

sexta-feira, 10 de março de 2017

Ser zen



Ser zen não é ficar numa boa o tempo todo, de papo para o ar, achando tudo lindo sem fazer nada.
Ser zen é ser ativo. É estar forte e decidido. E caminhar com leveza, mas com certeza. É auxiliar a quem precisa, no que precisa e não no que se idealiza.
Ser zen é ser simples. Da simplicidade dos santos e dos sábios. Que não precisam de nada. Nada mais que o necessário. Para o encontro, a comida, a cama, a diversão, o trabalho.
Ser zen é fluir com o fluir da vida. Sem drama, sem complicação. Na hora de comer come comendo, sem ver televisão, sem falar desnecessário. Sente o sabor do alimento, a textura, o condimento. Sente a ternura (ou não) da mão que plantou e colheu, da terra que recebeu e alimentou, do sol que deu energia, da água que molhou, de todos os elementos que tornam possível um pequeno prato de comida à nossa frente. Sente gratidão, não desperdiça.
Come com alegria. Para satisfazer a fome de todos os famintos. Bebe para satisfazer a sede de todos os sedentos. Agradecendo e se lembrando de onde vem e para onde vai.
A chuva, o sol, o vento.
 O guarda, o policial, o bandido, o açougueiro, o juiz, a feiticeira, o padre, a arrumadeira, o bancário e o banqueiro, o servente e o garçom, a médica e o doutor, o enfermeiro e o doente, a doença e a saúde, a vida e a morte, a imensidão e o nada, o vazio e o cheio, o tudo e cada parte.
Ser zen é ser livre e saber os seus limites.
Ser zen é servir, é cuidar, é respeitar, compartilhar.
Ser zen é hospitalidade, é ternura, é acolhida.
Ser zen é o kyosaku, bastão de madeira sábia, que acorda sem ferir, que lembra deste momento, dos pés no chão como indígenas, sentindo a Terra-Mãe sustentando nossos sonhos, nossas fantasias, nossas dores, nossas alegrias.
Ser zen é morrer
Morrer para a dualidade, para o falso, a mentira, a iniquidade.
Ser zen é renascer a cada instante. Na flor, na semente, na barata, no bicho do livro na estante.
Ser zen é jamais esquecer de um gesto, de um olhar, de um carinho trocado no presente-futuro-­passado.
Ser zen é não carregar rancores, ódios, cismas nem terrores.
Ser zen é trocar pneu, as mãos sujas de graxa.
Ser zen é ser pedreiro, fazendo e refazendo casas.
Ser zen é ser simplesmente quem somos e nada mais. É ser a respiração que respira em cada ação. É fazer meditação, sentar-se para uma parede, olhar para si mesmo. Encontrar suas várias faces, seus sorrisos, suas dores. É entregar-se ao desconhecido aspecto do vazio. Não ter medo do medo. Não se fazer ou, se o fizer, assim o perceber e voltar.
Ser zen é voltar para o não-saber, pois não sabemos quase nada. Não sabemos o começo, nem o meio, muito menos o fim. E tudo tem começo, meio e fim.
Ser zen é estar envolvido nos problemas da cidade, da rua, da comunidade. É oferecer soluções, ter criatividade, sorrir dos erros, se desculpar e sempre procurar melhorar.
Ser zen é estar presente. Aqui, neste mesmo lugar. Respirando simplesmente, observando os pensamentos, memórias, aborrecimentos, alegrias e esperanças.
Quando? 
Agora, neste instante. É estar bem aqui onde quando se fala já se foi. Tempo girando, correndo, passando, e nós passando com ele. Sem separação.
Ser zen é Ser Tempo.
Ser zen é Ser Existência.
(Monja Coen)

quinta-feira, 9 de março de 2017

Contando um conto



Um homem da aldeia de Neguá, no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas.
— O mundo é isso — revelou — Um montão de gente, um mar de fogueirinhas.
Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo.
(Eduardo Galeano)

quarta-feira, 8 de março de 2017

Pensamentos daqui e dali



Tenho o santo horror da frieza calculada, da boa educação, do prudente juízo duma mulher. 
Aos homens pertence tudo isso, e a mulher deve ser muito feminina, muito espontânea, muito cheia de pequeninos nadas que encantem e que embalem. 
Meu amigo, se esperas ter uma mulher sem areia nenhuma, morres de aborrecimento e de frio ao pé dela e não será com certeza ao pé de mim... Comigo hás-de ter sempre que pensar e que fazer. Hás-de rir das minhas tolices, hás-de ralhar quando elas passarem a disparates (hão-de ser pequeninos...) e hás-de gostar mais de mim assim, do que se eu fosse a própria deusa Minerva com todo o juízo que todos os deuses lhe deram.
(Florbela Espanca)

terça-feira, 7 de março de 2017

Isso é perdão



Alguém diz alguma coisa grosseira para ferir você.
Em vez de desencadear uma reação inconsciente e uma negatividade, como uma agressão, uma defesa ou um retraimento, você deixa isso passar através de você. Não ofereça resistência.
É como se não existisse mais ninguém ali para ser machucado.
Isso é perdão.
Nesse sentido, você se torna invulnerável.
Pode dizer a essa pessoa que o comportamento dela é inaceitável, se você escolher fazer isso. Mas essa pessoa já não tem mais o poder de controlar o seu estado interior.
(Eckhart Tolle)