Era meia noite na margem do
rio.
As estrelas no céu estavam quietas e
as que estavam refletidas na água
mexiam-se suavemente com as
ondas.
Rani acordou repentinamente.
Sentia-se inquieta, como uma formiga
quando sente o cheiro do acúcar.
No ar, havia uma música, uma música
que penetrava o coração e machucava a alma.
Levantou-se e sem que ninguém
percebesse, saiu correndo do palácio até o lugar
de onde a música vinha, mas o rio
cortou seu caminho.
Na margem do rio, olhou ao redor,
desesperada e sentindo-se impotente.
Seus olhos avistaram um bote. Perto
dele viu seu dono dormindo.
Quero cruzar o rio, disse,
acordando-o bruscamente.
A essa hora da noite não é
conveniente colocar o bote na água.
Por favor, implorou ela. Sinto-me atraída, é algo mais forte que eu,
pelo lugar de onde vem esta núsica do outro lado do rio.
E qual seria a minha recompensa?,
perguntou o dono do bote.
Pegue este colar de pérolas, mas
leve-me até o outro lado do rio.
O rosto dele iluminou-se pela cobiça.
Mas o que eu faria com este colar? Se
a minha esposa o usasse os vizinhos teriam muita inveja e a amaldiçoariam ou a
acusariam de ladra.
Não, senhora, não o quero.
Não, senhora, não o quero.
Rani estava absolutamente
desesperada. A melodia parecia aproximar-se, perfurando a sua alma.
Se me levar até a outra margem, eu
lhe darei o meu palácio. Não percamos mais tempo.
Só uma esquina do palácio acomodaria
toda a minha família e, inclusive, sobraria espaço. Como o manteria?
A música aproximava-se cada vez mais.
Ela estava hipnotizada.
Sem sequer pensar em sua posição, jogou-se aos pés do homem e levantou-se abruptamente.
Sem sequer pensar em sua posição, jogou-se aos pés do homem e levantou-se abruptamente.
A música divina estava tão perto que
quase podia tocá-la.
Estava em êxtase. Sentiu-se
como se estivesse flutuando no ar.
Começou a dançar... Esqueceu-se dela
mesma... Esqueceu de tudo...
E, nesse momento, a melodia que havia
encantado a sua alma brotou como néctar de seus lábios.
Ela mesma era a fonte da música.
As notas encantadas que vinham do outro lado do rio eram o eco de si mesma.
Seu rosto se iluminou como a lua e seus olhos irradiavam luz.
Ela mesma era a fonte da música.
As notas encantadas que vinham do outro lado do rio eram o eco de si mesma.
Seu rosto se iluminou como a lua e seus olhos irradiavam luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário