A
maior metade eu já vi desta flutuante vida.
Ah! Mágica palavra essa metade!
Tão
significativa!
Convida-nos a degustar a alegria de mais do que podemos possuir.
A metade do caminho para o homem,
é o melhor estado quando o passo mais lento
lhe autoriza a calma;
um amplo mundo jaz entre o céu e a terra;
viver a meio
caminho entre o campo e a cidade,
ter granja a meio do caminho do arroio e da
colina;
ser metade estudioso e metade proprietário, e metade negociante,
viver
metade como os nobres e metade como a gente comum;
e possuir uma casa que é
metade luxuosa e metade singela,
elegantemente meio mobiliada e meio desnuda;
vestuários que não são velhos nem novos,
e a comida metade epicúria e metade
vulgar;
ter serventes nem muito hábeis nem muito tolos;
uma esposa que não é
nem demasiado simples nem demasiado sabida...
Então sinto no coração que sou
pela metade um Buda
e quase pela metade um santo espírito taoísta.
A metade de
mim ao Céu Nosso Pai devolvo, a outra metade a meus filhos deixo...
Metade
pensando como prover a minha posteridade
e metade pensando como defrontar-me
com o Senhor dos Mortos.
É mais prudente ébrio quem é metade ébrio.
E as flores
meio abertas são mais belas.
Como navegam melhor os barcos a meia-vela e melhor
trota o cavalo a meia-rédea!
Quem tem uma metade demais, que ansiedade!
Mas
quem de menos tem com mais fervor possui sua metade.
Pois a vida é composta de
amargor e doçura,
e é mais sábio e mais hábil quem só lhes prova a metade.
(Li
Mi-na)
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