Nunca subestime a resistência da
velha sábia. Apesar de ser arrasada ou tratada injustamente, ela tem outro eu,
um eu primordial, radiante e incorruptível, por baixo do eu que sofre o ataque
– um eu iluminado que permanece incólume para sempre. Está comprovado que a
velha sábia tem uma envergadura de asas de seis metros, escondida por baixo do
casaco, e uma floresta toda dobrada no seu bolso fundo.
Decerto, podem-se
encontrar debaixo da sua cama pantufas de sete léguas de lamê dourado. E
através de seus óculos, quase tudo que pode ser visto há de ser visto. O
tapetinho diante de sua lareira pode realmente ser um tapete mágico. Quando
aberto, é provável que seu xale tenha a capacidade de acionar os cães do
inferno ou então de invocar a mais estrelada das noites.
(Clarissa Pinkola)
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