segunda-feira, 31 de julho de 2017

Luz da semana



Há momentos em que todas as respostas e explicações falham. Nesses casos, a vida deixa de fazer sentido. Ou, então, não sabemos mais o que dizer ou fazer quando alguém em aflição vem pedir-nos ajuda.
Ao aceitar completamente que não se tem explicações para tudo, desiste-se da luta para encontrar respostas através da mente racional e limitada, e é nessa altura que uma inteligência superior pode operar através de nós. Então, até mesmo a mente pode beneficiar com essa intervenção, uma vez que a inteligência superior aflui para o pensamento e inspira-o.
Por vezes, a entrega significa desistir de querer entender e aprender a conviver bem com o fato de não se saber tudo.
(Eckhart Tolle)

sábado, 29 de julho de 2017

Porque hoje é sábado



Moro entre o dia e o sonho.
Onde cochilam crianças, quentes da correria.
Onde velhos para a noite sentam
e lareiras iluminam e aquecem o lugar.
Moro entre o dia e o sonho.
Onde tocam claros sinos vesperais
e meninas, perdidas da confusão,
descansam à boca do poço.
E uma tília é minha árvore querida;
e todos os verões que nela se calam
movem outra vez os mil galhos,
e acordam de novo entre o dia e o sonho.
(Rainer Maria Rilke)

sexta-feira, 28 de julho de 2017

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Contando um conto



Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse o seu sonho.
Que desgraça, senhor! Exclamou o adivinho. Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.
Mas que insolente - Gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves a dizer-me tal coisa? Fora daqui!
Chamou os seus guardas e lhe ordenou que lhe dessem cem açoites.
Mandou que trouxessem outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.
Este, após ouvir o sultão com atenção, disse-lhe: Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.
A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso, e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E, quando este saia do palácio, um dos guardas lhe disse admirado: Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque o primeiro ele pagou com cem açoites e a você com cem moedas de ouro.
Lembra-te meu amigo - respondeu o adivinho - que tudo depende da maneira de dizer...

quarta-feira, 26 de julho de 2017

Coisas d'alma



Gatos não morrem: mais preciso - se somem - é dizer que foram rasgar sofás no paraíso e dormirão lá , depois do ônus de sete bem vividas vidas , seus setes merecidos sonos .

Bolacha encerrou seu ciclo por aqui e foi viver toda sua doçura lá do outro lado do arco-íris, onde as almofadas são feitas de nuvens, onde o sol aquece seus sonhos.

terça-feira, 25 de julho de 2017

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Luz da semana



As diferenças entre intenções positivas e negativas são sutis e às vezes difíceis de detectar. O hábito de falar sobre os defeitos dos outros pode ou não fazer parte do nosso repertório, sendo considerado por muitos como algo normal. 
Provar que estamos certos, manipular as pessoas e esperar ser respeitado sem dar respeito, são outros exemplos de intenções negativas. 
Intenções positivas, por outro lado, são reconhecidas quando naturalmente respeitamos e ajudamos os outros, quando percebemos a singularidade e as qualidades dos outros, quando permitimos que eles sejam eles mesmos.

(Brahma Kumaris)

sábado, 22 de julho de 2017

Porque hoje é sábado



Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti, como de mim.

Perde-se a vida, a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz, seria
Matar a sede com água salgada.

(Miguel Torga)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Entre aspas



Quando você se der conta de como todas as coisas são perfeitas, você jogará a cabeça para trás e dará uma risada para o céu.
(Buda)

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Contando um conto



Um dia, numa bela manhã de sol, um sábio é procurado por seu aprendiz interessado, que lhe pergunta:
Mestre, qual o significado da amizade?
O mestre lhe aponta três árvores visíveis de onde se encontravam e, responde:
Observe estas três árvores.  São diferentes: numa há flores bonitas e perfumadas; noutra, notamos frutos que chegam a dobrar seus galhos; e na última há somente folhas misturadas numa variedade de cores.
Subiram então em um penhasco de onde podiam ter  uma visão panorâmica e,  o mestre perguntou ao seu aprendiz:
O que vê você aqui de cima?
Vejo apenas que essas árvores cresceram próximas e  independentes, porém suas copas se fundem, produzindo uma única sombra, respondeu o aprendiz.
O mestre concluiu, então:
Esse é o verdadeiro significado da amizade: diferenças que crescem juntas, mas que quanto maiores mais próximas ficam, produzindo  na força da união uma única sombra, um único abrigo, um pomar de refazimento de forças e um refrigério para os olhos,  para a alma e para o coração.
Os amigos são como árvores diferentes, mas que crescem próximas; quanto mais crescem, mais se unem, refletindo uma única força, uma nova descoberta a cada encontro; é como a sombra que se dilata quando as copas das árvores se aproximam.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Coisas d'alma



Quando falo dessas
pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela,
uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem
diante das minhas janelas,
e outros, finalmente,
que é preciso aprender a olhar,
para poder vê-las assim.

(Cecília Meireles)

terça-feira, 18 de julho de 2017

Palavras



Aproveite os maus momentos para descobrir o que o faz tremer.
Aproveite os bons momentos para encontrar seu caminho até a paz.
Mas não pare nem por temor, nem por alegria: o caminho do arco é um caminho sem fim.
(P.Coelho)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Luz da semana



Harmonia, bem-estar e realização são possíveis quando a consciência é universal e inclusiva, quando reconhecemos as necessidades de todas as coisas na vida e damos a elas espaço para expressar seu direito básico de ser. 
Quando as pessoas são exclusivas, quando o fundamento da sua identidade é baseada no ego e na superioridade, a harmonia se perde. A razão do conflito é sentir-se no direito de dominar ou suprimir outros por sentir-se melhor do que o outro. Mas a crença de suplantar os outros para provar o autovalor ou uma ideia, ultrapassa o princípio básico da vida: a complementaridade. Quando aprendemos a complementar e não competir, há paz e autorrespeito. 
Autorrespeito significa reconhecer-me como sou e cumprir o meu objetivo, sem prejudicar outros ou me comparar com outros.

(Brahma Kumaris)

sábado, 15 de julho de 2017

Porque hoje é sábado



A vida é feita de nadas:
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Um pai a erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

(Miguel Torga)

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Entre aspas



As pessoas dizem que andar sobre a água é um milagre, mas para mim andar em paz na terra é o verdadeiro milagre.

(Thich Nhat Hanh)

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Contando um conto



Havia um mosteiro no alto de uma montanha onde viviam muitos monges, de diversas idades e origens.

Ali eles meditavam, entoavam mantras, liam os textos sagrados, trabalhavam uns para os outros, e cuidavam da natureza.

Uma vez, um visitante veio conhecer o mosteiro, e para isso um monge foi designado para guiá-lo.

Os dois caminhavam e o visitante ficou encantado com a simplicidade, a paz e a beleza do lugar.

Ele então vira-se para o monge e pergunta: Mas diga-me aqui todos são assim, pacíficos, tranquilos? Não vejo ninguém ansioso, apressado, este lugar é um paraíso, quem dera se o mundo lá fora fosse assim também, pura paz, harmonia e tranquilidade. Todos trabalhando serenamente, com o coração aberto e plenamente conscientes.

O monge então diz: Venha comigo que lhe mostrarei uma coisa importante.

Eles foram caminhando até o refeitório, e ali eles viviam de modo muito simples. Se alimentavam somente uma vez ao dia, e naquele dia o alimento era uma cuia de sopa de grão de bico.

Os dois chegaram até a porta e ficaram observado os monges se alimentando.

Havia um que orava enquanto se alimentava: Agradeço por este alimento. Com ele posso trabalhar, experimentar a vida e a bênção de viver. A luz do sol, a terra, a chuva, as mãos que fizeram crescer esse grão de bico, manifestam toda a criação, a radiância da natureza inteira em cada grão. Esta deliciosa sopa, que irá alimenta meu corpo, e me dará energia para o trabalho e para a meditação. Gratidão por este alimento sagrado. Sou grato eternamente.

Havia um que comia em absoluto silencio. Nada dizia. Puro silêncio.

E havia um que reclamava sem cessar: Que droga isso! Mais um dia comendo essa coisa sem gosto nenhum! Essa sopa de grão de bico de novo? Isso vai acabar comigo mais cedo ou mais tarde! Quem aguenta isso? Me dê uma comida de verdade! Assim desse jeito prefiro passar fome!

O monge e o visitante ficaram ali observando os três em silêncio.

Eis que o monge se vira para o visitante e diz:

-Vê como a vida é como esta sopa o grão de bico?

Ela se dá a todos igualmente, mas como cada um a vê é que a torna um céu, uma realidade neutra, ou um inferno.

Na verdade, nada acontece ao grão de bico, ele apenas se dá, está ali, nada mais.

Porém, as interpretações da mente, estas são infinitas e não é só no mundo que encontramos isso.

Você acabou de ver, o céu e o inferno acontecem dentro da mente, nada acontece fora.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Coisas d'alma



Existe algo mais puro e grandioso do que as palavras ditas pela boca. 
O silêncio ilumina as nossas almas, sussurra aos nossos corações e os aproxima. O silêncio separa-nos de nós mesmos, leva-nos a planar no firmamento do espírito, e aproxima-nos do paraíso; faz-nos sentir que os corpos não são mais do que prisões e que este mundo é apenas um exílio.
(Khalil Gibran)

terça-feira, 11 de julho de 2017

Palavras



Felicidade ou paz nós as construímos ou destruímos: o que há no fundo de tudo é um ato de decisão individual, um ato de escolha.
(Agostinho da Silva)

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Luz da semana



Que o sol possa lhe trazer nova energia a cada dia.

Que a lua suavemente lhe restaure durante a noite.

Que a chuva lave as suas preocupações.

Que a brisa sempre sopre uma nova força em seu ser.

Que você possa caminhar suavemente através do mundo e saber de sua beleza todos os dias da sua vida.

 (Força Divina)

sexta-feira, 7 de julho de 2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Contando um conto



Era meia noite na margem do rio. As estrelas no céu estavam quietas e as que estavam refletidas na água mexiam-se suavemente com as ondas.
Rani acordou repentinamente. Sentia-se inquieta, como uma formiga quando sente o cheiro do açúcar.
No ar, havia uma música, uma música que penetrava o coração e machucava a alma. Levantou-se e sem que ninguém percebesse, saiu correndo do palácio até o lugar de onde a música vinha, mas o rio cortou seu caminho.
Na margem do rio, olhou ao redor, desesperada e sentindo-se impotente.
Seus olhos avistaram um bote. Perto dele viu seu dono dormindo.
- Quero cruzar o rio, disse, acordando-o bruscamente.
- A essa hora da noite não é conveniente colocar o bote na água, disse o homem.
- Por favor, implorou ela. - Sinto-me atraída, é algo mais forte que eu, pelo lugar de onde vem esta música do outro lado do rio.
- E qual seria a minha recompensa?, perguntou o dono do bote.
- Pegue este colar de pérolas, mas leve-me até o outro lado do rio.
O rosto dele iluminou-se pela cobiça.
- Mas o que eu faria com este colar? Se a minha esposa o usasse os vizinhos teriam muita inveja e a amaldiçoariam ou a acusariam de ladra.
Não, senhora, não o quero.
Rani estava absolutamente desesperada. A melodia parecia aproximar-se, perfurando a sua alma.
- Se me levar até a outra margem, eu lhe darei o meu palácio. Não percamos mais tempo.
- Só uma esquina do palácio acomodaria toda a minha família e, inclusive, sobraria espaço. Como o manteria?
A música aproximava-se cada vez mais. Ela estava hipnotizada.
Sem sequer pensar em sua posição, jogou-se aos pés do homem e levantou-se abruptamente.
A música divina estava tão perto que quase podia tocá-la.
Estava em êxtase. Sentiu-se como se estivesse flutuando no ar.
Começou a dançar. Esqueceu-se dela mesma. Esqueceu de tudo.
E, nesse momento, a melodia que havia encantado a sua alma brotou como néctar de seus lábios.
Ela mesma era a fonte da música.
As notas encantadas que vinham do outro lado do rio eram o eco de si mesma.
Seu rosto se iluminou como a lua e seus olhos irradiavam luz.

O que importa é o que está dentro de você. Não procure em outro lugar.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Coisas d'alma



Resista um pouquinho mais, mesmo que a sua vida esteja sendo pesada como a consciência dos insensatos e você se sinta indefeso como um pássaro de asas quebradas.
Resista porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço e essa manhã, bonita, ensolarada, sem algemas, nascerá para você em breve, desde que você resista.
Resista, porque eu estou sentada na arquibancada do tempo torcendo ansiosa para que você resista e ganhe de Deus o troféu que merece: a felicidade.

(Ana Jácomo)

terça-feira, 4 de julho de 2017

Palavras



Quando o amor para de um dos lados, o relógio intelectual morre. Não se vive desprovido de gentileza.
A gentileza é o amor em movimento.
(Fabrício Carpinejar)

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Luz da semana



As noções que temos de felicidade nos armam ciladas. Esquecemos que elas são apenas ideias. 
Nosso conceito de felicidade pode nos impedir de sermos realmente felizes. Quando nos apegamos ao ponto de vista de que a felicidade deve assumir determinada forma, deixamos de ver a alegria que está bem à nossa frente.

(Thich Nhat Hanh)

sábado, 1 de julho de 2017

Porque hoje é sábado



Recomeça
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…
(Miguel Torga)