Todos os pensamentos, sentimentos, emoções, percepções, sensações, estados da mente, conceitos e tudo mais são como nuvens no céu, momentaneamente se reunindo e depois dispersando, se dissolvendo de volta exatamente nesse mesmo espaço.
Que bem pode haver em se apegar a isso?
Que bem pode haver em tentar se afastar disso?
Tudo é a exibição ilusória, milagrosa, como um sonho, da própria mente de alguém. Não há nada especial a se fazer sobre isso, exceto reconhecer sua natureza verdadeira, sua vacuidade, e ser livre dentro do que quer que pareça surgir.
Não é necessário julgar experiências e pensamentos como bons ou ruins, como desejáveis ou indesejáveis, proveitosos ou improveitosos.
Deixe apenas ir e vir do modo como é, sem se envolver demais, sem se identificar com nada, nem cedendo nem seguindo, nem suprimindo nem inibindo. Simplesmente deixe todas as coisas internas e externas aparecerem e desaparecerem à sua própria maneira, apenas como nuvens no céu, e permaneça acima e, além disso, tudo, mesmo no meio das atividades e responsabilidades diárias.
Há tantas coisas para se fazer neste mundo, mas há apenas uma coisa que uma pessoa precisa conhecer, e isso é a sua própria natureza.
Esse é o medicamento universal, a panacéia que cura todos os males e doenças.
O que quer que vem, também vai.
A própria natureza, o ser fundamental de alguém, está além — não se afeta pelas manchas que surgem ou por fenômenos temporários.
Não vem nem vai: permanece imutável.
Ao reconhecer isso, a transcendência inata é vivenciada.
Não há nada a esperar, nenhuma queda a temer [...]
(Nyoshul Khen Rinpoche)
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