Cultiva paz e silêncio.
Tesouros imensos serão teus, se aprenderes a quietude criadora; se souberes e puderes curtir os gozos do sábio ocioso, sentado à sombra da árvore; se imitares o vento, quando pára de soprar por não querer quebrar o encanto com que a lua se deita sobre o rio, quase parado.
Ninguém conseguirá silêncio, se ficar a protestar contra o ruído que vem de fora.
Ninguém conseguirá dormir, se ficar forçando o sono.
Ninguém conseguirá a paz, se ficar lutando contra os opostos da existência.
Ninguém conseguirá meditar, se ficar violentando a mente; forçando concentrá-la e emudecê-la.
Deus é, para todas as criaturas, o que para todos os rios é o mar.
Yoga é o caminhar do rio
Yoga é seu mergulho no mar.
Há uma esperança, e está na direção oposta.
Pára! Busca a solidão! Aquieta-te! Sonda-te!
Enfrenta-te com o que mais tens temido - tu mesmo.
Busca analisar-te, sem autopiedade, sem te culpares ou desculpares, sem te condenares, sem que venhas a sentir vergonha de ti.
Não aceites consoladoras razões.
Estuda-te sem remorsos, sem pavores.
Pára.
Reúne teus muitos pedaços dispersos pelos temidos padeceres, inebriantes prazeres, absorventes deveres, anestesiantes creres, esgotados caminhos, obsessivos apegos, irritantes aversões...
Senta-te.
Emudece.
Quietude.
Solidão.
Medita.
Junta-te em ti mesmo.
Une-te àquilo que És, Tu Mesmo.
(Prof. Hermógenes)
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