As nuvens de tempestade rondam no
céu, as chuvas de junho se precipitam, e o vento úmido do leste corre pelo
deserto para tocar sua música na flauta dos bambus.
Então, de repente, e não se
sabe de onde, surgem multidões de flores, dançando sobre a relva em louca
alegria.
Mãe, acho que as flores vão a uma escola embaixo da terra. Elas têm suas aulas de portas fechadas e, se quiserem sair antes do tempo para brincar, a professora as põe em um canto, de castigo. Quando cai a chuva, porém, é dia de festa para as flores.
Os galhos se entrechocam na floresta, as folhas murmuram ao sabor do vento selvagem, as nuvens trovejantes batem palmas com suas mãos gigantes, e as flores-crianças saltam fora correndo, vestidas de amarelo, rosa e branco...
Mamãe, bem sabes que a casa delas é no céu, onde estão as estrelas.
Não percebeste a vontade que elas têm de ir para lá? Não sabes por que correm tanto?
Pois eu sei para quem as flores levantam os braços: elas têm a mãe
delas, assim como eu tenho a minha!
(Tagore)
(Tagore)
Mãe... Quando a vida me mostra toda sua aspereza ou
toda sua delicadeza, são tuas lembranças que me sustentam, uma espécie de reza
que me abençoa.
Foi preciso o tempo passar para que eu
pudesse entender o significado das lições que apenas a senhora conseguiu me
ensinar.
Agora eu sei.
Te amo.
Sou grata.
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