Um guerreiro
da luz divide seu mundo com as pessoas que ama e procura estimulá-las a fazer o
que gostariam.
Nestes
momentos, o adversário aparece com duas tábuas na mão.
Numa das
tábuas está escrito: “pense mais em você. Conserve as bênçãos para si mesmo, ou
vai terminar perdendo tudo”.
Na outra
tábua, lê-se: “quem é você para ajudar os outros? Será que não consegue ver os
próprios defeitos?”
Um guerreiro
sabe que tem defeitos. Mas sabe também que não pode crescer sozinho, e
distanciar-se de seus companheiros. Então, mesmo achando que o adversário tem
alguma razão, ele esquece as duas tábuas e continua espalhando entusiasmo ao
seu redor.
Senta-se com
seus companheiros em torno de uma fogueira, todos comentam suas conquistas – e
os estranhos que se juntam ao grupo são bem-vindos, porque todos têm orgulho de
sua vida e do bom combate.
O guerreiro
sabe como é importante dividir sua experiência com os outros; fala com
entusiasmo do caminho, conta como resistiu a certo desafio, que solução
encontrou para um momento difícil. Quando narra suas aventuras, reveste suas
palavras de paixão e romantismo.
Às vezes ele
se permite exagerar um pouco, pois sabe que seus antepassados também exageravam
de vez em quando; mas quando age desta maneira, ele jamais confunde orgulho com
vaidade, e evita acreditar em seus próprios exageros.
(Paulo Coelho)
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