A
compaixão não é uma teoria. É um sentimento, uma experiência. Não é algo que
possa ser adquirido nem é criada por qualquer processo bioquímico. A compaixão
brota de forma imediata no momento em que nos deparamos diretamente com o
sofrimento e percebemos a sina dos seres que, quase sempre, reagem de uma forma
que apenas intensificará a sua trágica condição.
Uma
qualidade natural, um aspecto de nossa verdadeira natureza, a compaixão está
adormecida em nós e precisa ser despertada. Esse despertar é doloroso, pois nos
obriga a contemplar a fundo o sofrimento de incontáveis seres. Sem entender o
seu infortúnio, não podemos sentir compaixão. Mas, uma vez que tenhamos
realmente compreendido o sofrimento, a compaixão começa a brotar sem que
possamos impedi-la de fluir.
Por
enquanto, a nossa compaixão é tendenciosa e restrita. Pensamos que algumas
pessoas a merecem, outras não. A compaixão que sentimos pela família e pelos
amigos, por exemplo, baseia-se em nosso apego por eles.
Mas todos, por mais
desorientados que estejam, merecem a nossa compaixão, e temos de expandi-la até
que ultrapasse os limites do apego para abarcar a todos os seres, o tempo todo.
(Chagdud
Tulku Rinpoche)
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