Um dos maiores segredos da vida é encará-la como uma brincadeira.
Para os indivíduos excessivamente sérios, sisudos, aos quais foi ensinado que
brincar é coisa de gente maluca, na qual não se pode confiar, esta afirmação
pode parecer absurda.
Não levar a vida a sério é um ótimo exercício para se abandonar
de vez a pretensão de querer ser perfeito, superior. Quando relaxamos em nosso
próprio coração e nos entregamos à simplicidade do ato de existir, a pressão
exercida sobre nós pelo restante do mundo, automaticamente desaparece.
Nosso coração pode, então, bater tranquilo, alegre e sereno, pois
deixamos de ser nossos próprios juízes e capatazes e, de quebra, paramos de nos
importar com o julgamento alheio.
Os grandes mestres Zen se comportam como perfeitas crianças, são
engraçados, inocentes e brincalhões. Vivem a vida como uma eterna brincadeira,
na qual aprender se torna algo prazeroso e descontraído.
É claro que existem situações em que a seriedade precisa estar
presente, mas somente em alguns momentos críticos é que nosso eu sério deve
entrar em ação. Quando
mais livremente expressarmos nossa tristeza, reconhecendo-a como legítima em
algumas circunstâncias, mais facilmente conseguiremos nos libertar dessa
energia, ao invés de permanecer para sempre sintonizados com ela.
O seu polo oposto, a alegria, surgirá naturalmente, sem que
precisemos fazer qualquer esforço nesse sentido. O importante é que não nos
deixemos apegar demais à postura de vitimas do destino, nem aceitemos
passivamente a miséria interior como uma condição natural.
No livro O segredo, um dos mestres relata uma experiência
realizada com doentes, para os quais foi recomendado que assistissem,
diariamente, programas de comédia. O resultado é que eles se recuperaram muito
mais facilmente de suas patologias. O que vem provar a eficácia do riso e da
alegria para o reencontro do equilíbrio no ser humano.
Permitir-se voltar espiritualmente à infância, é uma das terapias
mais eficazes que uma pessoa pode oferecer a si mesma, quando perceber que está
enxergando a realidade de modo excessivamente sério.
(Elisabeth Cavalcante)
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