quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Contando um conto



Atrás de um templo, havia um campo onde muitas abóboras estavam amadurecendo. 
Um dia uma delas começou uma briga. Agora, você sabe, abóboras são abóboras…uma grande briga. 
As abóboras dividiram-se em dois grupos e fizeram uma grande algazarra gritando umas com as outras. E, é claro, elas viviam num templo, estavam crescendo num templo, então os dois grupos devem ter sidos religiosos: cristãos e judeus, budistas e jainas, hindus e maometanos – alguma coisa assim.
Surgiu um grande debate teológico. 
O sacerdote ouviu o tumulto. Ele gritou e ralhou com elas dizendo: Ei abóboras! Que ideia de brigar entre vocês mesmas! E num templo Zen?! Todas para Zazen! Sentadas, silenciosas sem fazer nada!
O sacerdote as ensinou como fazer zazen:  Dobrem suas pernas desta maneira; Sentem e endireitem suas costas e seus pescoços.
Enquanto as abóboras estavam sentadas em zazen, a raiva delas diminui e elas se acalmaram. Então o sacerdote falou: Todas ponham as mãos no topo de suas cabeças.
Quando as abóboras sentiram o topo de suas próprias cabeças com as mãos, encontraram Uma coisa estranha nelas. Viria a ser o galho que as conectava, todas juntas.
Elas começaram a rir. Disseram: Isto é realmente ridículo! Nós somos um, e estivemos brigando desnecessariamente.
Sentando em zazen, descobre-se que o universo é um. Sentando silenciosamente, descobre-se que não existe conflito em lugar algum, que o inimigo não existe; que o inimigo é apenas nossa própria ilusão, criada por nós; aquela tensão, ambição, luta, é apenas um jogo da mente. Não há ninguém para se lutar contra; o todo é um.
(Osho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário