segunda-feira, 30 de abril de 2012

Luz da semana


Quem eu devo combater, já que sou meu próprio inimigo?
Quem salvará quem, já que sou meu próprio salvador?
Sou a própria testemunha das minhas ações e inações.
Serei livre quando domar a mim mesmo.
(Dharmaraksita)

sábado, 28 de abril de 2012

Parábola do bambu


Certo dia decidi dar-me por vencido, renunciei ao meu trabalho, às minhas relações, e à minha fé. Resolvi desistir até da minha vida. Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.
“Deus,” eu disse, “poderias dar-me uma boa razão para eu não entregar os pontos?”
Sua resposta me surpreendeu:
 “Olha em redor. Estás vendo a samambaia e o bambu?”
“Sim, estou vendo”, respondi.
“Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem. Não lhes deixei faltar luz e água. A samambaia cresceu rapidamente, seu verde brilhante cobria o solo. Porém, da semente do bambu nada saía. Apesar disso, eu não desisti do bambu. No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa. E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu. Mas, eu não desisti do bambu. No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa… Mas, eu não desisti. Mas… no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra. Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante. Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de altura. Ele ficara cinco anos afundando raízes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver. A nenhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superar”.
E olhando bem no meu íntimo, disse:
 “Sabes que durante todo esse tempo em que vens lutando, na verdade estavas criando raízes? Eu jamais desistiria do bambu. Nunca desistiria de ti. Não te compares com outros. O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos eram necessários para fazer do bosque um lugar bonito”.
“Teu tempo vai chegar”, disse-me Deus. “Crescerás muito!”
“Quanto tenho de crescer?”, perguntei.
“Tão alto como o bambu”, foi a resposta.
E eu deduzi:
 “Tão alto quanto puder!”

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Benefício duplo




 
[...] Todos temos um sentimento de proximidade com nós mesmos. Mesmo nos casos de aparente ódio a si próprio, algum tipo de cuidado consigo mesmo repousa profundamente dentro de nós.
É a partir do cuidado consigo mesmo que alguém pode gradualmente estender uma atitude parecida aos outros. 
Mesmo animais têm altruísmo, especialmente aqueles cujos filhotes dependem deles por um período. Naturalmente haveria uma ligação especial de amor.
Então esse amor, essa sentimento natural de apreciação, vem de uma necessidade biológica, porque a estrutura, a formação do corpo, é tal que você é obrigado a depender do amor. Para sobreviver, temos que cuidar uns dos outros. 
Já temos a semente do amor ou compaixão ou afeição pelos outros porque temos afeição por nós mesmos. Essa é a semente.
Surge a questão: como desenvolver altruísmo infinito? Parece ser possível desenvolver altruísmo infinito através da sabedoria e inteligência. 
Normalmente, quando alguém fala da necessidade de cultivar amor e compaixão pelos outros, parece que isso trará benefício e ajuda aos outros, mas que não ajuda a própria pessoa, ou que é irrelevante para ela.
Esse é um ponto de vista enganado porque quando você desenvolve amor e compaixão pelos outros, você pode mentalmente desenvolver profunda satisfação e coragem. 
Como resultado, você, o praticante, se beneficia. Você terá menos medo, mais força de vontade, maior autoconfiança. 
Automaticamente, a pessoa fica mentalmente mais calma.
(Dalai Lama)

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cor (ação) (agem)


A palavra coragem é muito interessante. 
Ela vem da raiz latina cor, que significa "coração". 
Portanto, ser corajoso significa viver com o coração. 
E os fracos, somente os fracos, vivem com a cabeça; receosos, eles criam em torno deles uma segurança baseada na lógica. Com medo, fecham todas as janelas e portas – com teologia, conceitos, palavras, teorias – e do lado de dentro dessas portas e janelas, eles se escondem.
O caminho do coração é o caminho da coragem. 
É viver na insegurança, é viver no amor e confiar, é enfrentar o desconhecido. É deixar o passado para trás e deixar o futuro ser. Coragem é seguir trilhas perigosas. A vida é perigosa. E só os covardes podem evitar o perigo – mas aí já estão mortos. 
A pessoa que está viva, realmente viva, sempre enfrentará o desconhecido.
(Osho)