segunda-feira, 20 de julho de 2015

Luz da semana



Vosso amigo é a satisfação de vossas
necessidades.
Ele é o campo que semeais com carinho
e ceifais com agradecimento.
É vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides a ele com vossa fome e o
procurais em busca de paz.
Quando vosso amigo expressa seu
pensamento, não temais o “não” de
vossa própria opinião, nem
prendais o “sim”.
E quando ele se cala, que vosso coração
continue a ouvir o seu coração, porque
na amizade, todos os desejos, ideais e
esperanças, nascem e são partilhados
sem palavras, numa alegria silenciosa.
Quando vos separais de vosso amigo,
não vos aflijais.
Pois o que amais nele pode tornar-se
mais claro na sua ausência, como para
o alpinista a montanha parece mais
clara, vista da planície.
E que não haja outra finalidade na
amizade a não ser o amadurecimento
do espírito.
Pois o amor que procura outra coisa
a não ser a revelação de seu próprio
mistério não é amor, mas uma rede
armada e somente o inaproveitável é
nela apanhado.
E que o melhor de vós próprios seja
para vosso amigo.
Se ele deve conhecer o fluxo de vossa
maré, que conheça também o refluxo.
Pois, que achais seja vosso amigo para
que o procureis somente a fim de matar
o tempo ?
Procurai-o sempre com horas para viver:
O papel do amigo é de encher vossa
necessidade, não vosso vazio.
E na doçura da amizade, que haja risos
e o partilhar dos prazeres.
Pois no orvalho de pequenas coisas,
o coração encontra sua manhã e
sente-se refrescado.

(Gibran)

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