terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O tempo...



Mestre, que dizes do tempo?
E Ele respondeu: Gostaríeis de medir o tempo, o ilimitado e o incomensurável. Gostaríeis de ajustar vosso comportamento e mesmo de reger o curso de vossas almas de acordo com as horas e as estações.
Do tempo, gostaríeis de fazer um rio, na margem do qual vos sentaríeis para observar correr as águas. Contudo, o que em vós escapa ao tempo, sabe que a vida também escapa ao tempo e sabe que ontem é apenas a recordação de hoje e amanhã o sonho de hoje. E que aquilo que canta e medita em vós continua a morar dentro daquele primeiro momento em que as estrelas foram semeadas no espaço.
Quem dentre vós não sente que seu poder de amar é ilimitado?
E, contudo, quem não sente esse amor, embora ilimitado, circunscrito dentro do seu próprio ser, e não se movendo de um pensamento amoroso a outro, e de uma ação amorosa a outra?
E não é o tempo, exatamente como o amor, indizível e insondável?
Se, todavia, deveis dividir o tempo em estações, que cada estação envolva todas as outras estações.
E que vosso presente abrace o passado com nostalgia e o futuro com ânsia e carinho.
(Gibran)

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