sábado, 23 de abril de 2011

Disciplina



… Agora, eu lhe pergunto, quão longe você acha que uma flor chegaria se de manhã ela virasse sua face para o céu e dissesse: “Eu exijo o sol. E agora eu preciso de chuva. Então eu a exijo. E exijo que as abelhas venham e tomem meu pólen. Eu exijo, portanto, que o sol deva brilhar por certo número de horas, e que a chuva deva verter-se por certo número de horas…e que as abelhas venham – as abelhas A, B, C, D e E, pois não aceito que nenhuma outra abelha venha. Eu exijo que a disciplina opere, e que o solo deva seguir meu comando. Mas eu não permito ao solo qualquer espontaneidade própria. E não permito ao sol nenhuma espontaneidade própria. E não concordo em que o sol saiba o que está fazendo. E exijo que todas estas coisas sigam minha ideia de disciplina”.

 E quem, eu lhe pergunto, iria ouvir? Pois na espontaneidade milagrosa do sol, há uma disciplina que lhe escapa totalmente, e um conhecimento além de qualquer um que você conheça. E na espontaneidade da atuação das abelhas, de flor em flor, há uma disciplina além de qualquer uma que você conheça, e leis que seguem o conhecimento delas, e contentamento que está além de seu comando. Pois a verdadeira disciplina, veja, é encontrada apenas na espontaneidade. A espontaneidade conhece sua própria ordem.
[Seth]
 (Tradução: Luciene Lima)



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