sexta-feira, 8 de abril de 2011

Um, dois, três

Deixem-me terminar com uma anedota que, como todas as anedotas não dizem nada e dizem tudo. 
O primo de um aluno meu, nos anos em que Kennedy havia criado aquela força de paz para enviar ao chamado “Terceiro Mundo” foi realizar uma tarefa docente em um pequeno povoado da África. 
Mas não queria ensinar às crianças nada do que sabia, porque considerava um ato de colonialismo. A única coisa que aceitou fazer foi dar aulas de ginástica. 
Um dia, chegou diante das crianças com uma caixa de balas e não sei o que mais. Todas as crianças esperavam esse jovem alto, bom, grande. 
E o jovem americano lhes disse: “Olhem aquela árvore ali, a cem ou duzentos metros; eu vou contar ‘Um, dois, três’ e vocês vão começar a correr. Quem ganhar terá os prêmios merecidos.” 
Os sete ou oito meninos do povoado estavam nervosos. 
Ele disse ‘um, dois, três’ e todos os meninos do povoado deram-se as mãos e correram juntos: queriam dividir o prêmio. 
Sua felicidade era a felicidade de todos.
(Raimon Panikkar)

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