terça-feira, 10 de abril de 2012

Cartas de amor para mim mesmo


III. Não temos que nos haver com coisa alguma, exceto com os nossos próprios pensamentos

Nada pode afetar o nosso espaço interior.
Nós não somos vítima dos acontecimentos, nem das pessoas do nosso mundo exterior, apenas somos vítimas do nosso mundo interior, dos nossos próprios pensamentos.
Nós não temos que nos haver com mais nada, a não ser com os nossos próprios pensamentos e esses pensamentos são escolhidos por nós a cada instante, no agora, neste instante sagrado.
Só o que acontece no nosso espaço interior nos pode afetar e o que nos pode afetar somos nós mesmos que comandamos.
Os nossos próprios pensamentos é que trazem felicidade ou infelicidade à nossa vida, não são as outras pessoas, nem qualquer outro acontecimento, que exista no exterior, ou no nosso interior, bem como não somos afetados por nenhuma doença do nosso corpo, apenas o nosso corpo pode ser afetado por essa doença, nós mesmos, a nossa verdadeira realidade é completamente invulnerável, inatacável e viverá para sempre.
Nós viveremos para sempre e nada nos poderá jamais afetar.
Não há nada que nos possa tornar vulneráveis, porque o conceito da fraqueza ou vulnerabilidade não existe para O Que Tudo É, esse conceito é um conceito do ego, que precisa dele para se fazer de vítima e viver no constante conflito de opostos, que são o seu alimento.
Nada nos pode atacar a não ser os nossos próprios pensamentos, somente aquilo que nós pensamos sobre qualquer coisa, poderá tornar uma parte de nós vulnerável, somente a não lembrança da Presença Divina do Eu Sou, dentro de nós, poderá trazer-nos infelicidade.
A infelicidade não existe.
A infelicidade é uma invenção do ego, para conseguir sobreviver entre os opostos da felicidade e infelicidade e comandar uma parte de nós mesmos.
A felicidade também não existe, a felicidade e a infelicidade são dois aspectos de uma mesma coisa, a invenção e ilusão do ego.
Quando há opostos, a verdadeira realidade não existe.
A existência de opostos é um sinal da existência do ego.
Uma parte de nós mesmos só pode ser afetada pelos nossos próprios pensamentos.
São eles que definem o medo, o mal estar, a depressão, os estados de melancolia, de tristeza, de insatisfação, de dor e sofrimento dentro de nós, não é nenhum acontecimento ou pessoa que nos torna tristes ou em sofrimento, mas sim os nossos próprios pensamentos acerca dessa pessoa ou desse determinado acontecimento.
Não é a morte de alguém que nos põe tristes e em sofrimento, mas os nossos pensamentos acerca do que é a morte e os nossos pensamentos de apego aquele corpo que morreu.
O que nos coloca nesse estado é a nossa falta de presença e de lembrança de quem nós realmente somos e quem é aquele que agora morreu.
Quando não há compreensão profunda e um estado de presença, então não se pode compreender mais além e sofre-se, porque não se compreende, quando se compreende pode manifestar-se fisicamente o sofrimento, chorar, emocionar-se, mas há uma compreensão por detrás, que sabe, que conhece, que compreende o que aconteceu.
Esse acontecimento não nos fez infelizes, apenas ressaltou uma parte de nós mesmos que também é infeliz, que tem medo, que tem carências e apegos e que não compreende que as coisas são mesmo assim, porque têm de ser, e há um propósito da criação para tudo o que existe à face da terra.
Quando se deixam as coisas serem como são não se sofre.
Quando queremos que as coisas sejam diferentes do que o que são, é claro que o sofrimento tem de existir, isto porque não se aceita o que é, mas se deseja aquilo que se queria que fosse e como as coisas são sempre como são, independentemente da vontade do ego, então o sofrimento é gerado.
São sempre os nossos pensamentos em relação a algum acontecimento que trazem o sofrimento e não o acontecimento em si.
É a forma como pensamos em relação a determinado acontecimento, as conversas da nossa mente, os julgamentos que fazemos, a categorização que fazemos, que provocam o sofrimento.
Nunca é o acontecimento, mas sim aquilo que nós pensamos.
(Um Tratado Completo de Liberdade – Joma Sipe)

Um comentário:

  1. Anônimo10/4/12

    Luíza e Lúcia,
    muitíssimo grata pela postagem.
    Namastê!!

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