domingo, 13 de maio de 2012

Mãe


As nuvens de tempestade rondam no céu, as chuvas de junho se precipitam, e o vento úmido do leste corre pelo deserto para tocar sua música na flauta dos bambus. 
Então, de repente, e não se sabe de onde, surgem multidões de flores, dançando sobre a relva em louca alegria.

Mãe, acho que as flores vão a uma escola embaixo da terra. Elas têm suas aulas de portas fechadas e, se quiserem sair antes do tempo para brincar, a professora as põe em um canto, de castigo. Quando cai a chuva, porém, é dia de festa para as flores.
Os galhos se entrechocam na floresta, as folhas murmuram ao sabor do vento selvagem, as nuvens trovejantes batem palmas com suas mãos gigantes, e as flores-crianças saltam fora correndo, vestidas de amarelo, rosa e branco...

Mamãe, bem sabes que a casa delas é no céu, onde estão as estrelas.
Não percebeste a vontade que elas têm de ir para lá? Não sabes por que correm tanto? 

Pois eu sei para quem as flores levantam os braços: elas têm a mãe delas, assim como eu tenho a minha!
(Tagore)

Mãe...  Quando a vida me mostra toda sua aspereza ou toda sua delicadeza, são tuas lembranças que me sustentam, uma espécie de reza que me abençoa.
Foi preciso o tempo passar para que eu pudesse entender o significado das lições que apenas a senhora conseguiu me ensinar.
Agora eu sei.
Te amo. 
Sou grata.

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